Que comecem os Jogos!!!
Inspirados nas temáticas que fazem parte da história e do imaginário das artes e do teatro no período da Antiguidade Clássica, demos início ao processo de experimentação e criação teatrais, compreendendo o JOGO como um conceito essencial.
De acordo com o Professor e Historiador Johan Huizinga, o jogo é um dos elementos mais antigos, senão essenciais, dentro dos processos culturais do homem. Seus estudos sobre o Jogo emergem do olhar e da investigação sobre a última etapa da Idade Média, por volta dos séculos XIV e XV. Através do jogo os homens criaram mecanismos para desenvolver o senso de organização social, criaram brincadeiras, criaram formas de estudar as relações que existem entre os indivíduos numa sociedade.
Existem muitos tipos de jogos. Jogos cooperativos, jogos competitivos; jogos lúdicos, jogos ligados às práticas desportivas e os Jogos Teatrais. Os Jogos Olímpicos, por exemplo, são parte da contribuição dos gregos para a noção de jogos desportivos competitivos.
Nesta aula experimentamos as diferentes maneiras de perceber o Próprio Corpo em relação ao espaço, ao corpo do outro e às situações dispostas para criação de uma Cena Teatral. Também procuramos descobrir como a musicalidade que está presente no nosso corpo pode nos ajudar a compreender melhor o fazer teatral.
Jogos Teatrais:
1- Estudo das Caminhadas - exercício de ocupação dos espaços da sala, com percepção dos elementos e do indivíduos que a compõem.
2- Escala de Velocidade - exercício que se desdobra a partir do jogo das caminhadas. A escala de velocidade vai do número 0 (zero) ao número 10 (dez), onde o zero representa a pausa e o dez a velocidade máxima que a caminhada do grupo (o coletivo de alunos) pode atingir.
3- O Coro - exercício inspirado nos grupos de atores, cantores e dançarinos que compunham o que chamamos de Coro do teatro grego. O coro do teatro grego é como um personagem coletivo, que ficava encarregado de relatar ou cantar parte do Drama, das Ações.
4- Labirinto do Minotauro - exercício que trabalha com a coordenação motora e o trabalho em equipe. O Minotauro é uma criatura mitológica grega responsável por cuidar do labirinto. O objetivo desse Jogo é trabalhar os aspectos ligados à coordenação motora e à orientação espacial, associado ao trabalho coletivo e o aspecto lúdico do trabalho teatral. No jogo, a turma é organizada em linhas e colunas, criando um labirinto por onde o minotauro deve correr para capturar o sátiro, à quem o labirinto tem a obrigação de proteger. As orientações do jogo são dadas ao Coro (labirinto), que deve seguir os comandos para dar dinâmica ao jogo.
5- Duelo entre coros: Som e Fúria - exercício de criação coletiva em que as turmas são divididas em pequenos grupos, para associarem sons e movimentos criando as ações dramáticas do próprio coro.
6- "Pegadogia" - exercício para o desenvolvimento do estudo das relações entre música e teatro. O objetivo é estimular a musicalidade e a percepção corporal, desenvolvendo a coordenação motora e a noção de tempo e ritmo. Este jogo é uma ferramenta que permite estudar Partitura para Música e Movimento. A palavra "Pegadogia" vem da palavra pegada (os pés marcados no chão) e faz uma alusão à palavra Pedagogia.
Algumas imagens registradas durante as Aulas - 7º ano
O Coro no Teatro Grego
O primeiro diretor de coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano Préstato para dirigir a procissão de Atenas. Téspis desenvolveu o uso de máscaras para representar pois, em razão do grande número de participantes, era impossível todos escutarem os relatos, porém podiam visualizar o sentimento da cena pelas máscaras.
O "Coro" era composto pelos narradores da história, que através de representação, canções e danças, relatavam as histórias do personagem. Ele era o intermediário entre o ator e a platéia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da peça. Também podia haver o "Corifeu", que era um representante do coro que se comunicava com a platéia.
Em uma dessas procissões, Téspis inovou ao subir em um "tablado", para responder ao coro, e assim, tornou-se o primeiro respondedor de coro. Em razão disso, surgiram os diálogos e Téspis tornou-se o primeiro ator grego.
